10/01/2008

SONHAR ALTO


Sempre me disseram que: "...nunca se sonha alto demais...,", ou que: "...quanto mais alto, maior é a queda...", que se acreditarmos, havemos de ter. E eu digo: "Mas porque acreditei isso?" Agora arrancam-me os olhos e pregam-os à realidade! "Não podes sonhar!" dizem vozes traiçoeiras. E eu não sonho. Agonizo com a mágoa profunda de sonhos nados-mortos. Nem amor, oh amor cura as feridas. Amor acentua-as, faz-nos cometer loucuras e enfrentar as mais duras provas... mas no fim, a solidão prevalece. O amor esvai-se, acaba, termina, foge, esgota-se, morre, perece, ponto final, kaput! E sozinho fico, deixado apenas com o sentimento de vazio e um punhado de memórias que não servem para nada, NADA! As lágrimas já não podem coisa nenhuma. Os olhos ensanguentados já não vêem um mundo digno. Só o sangue apaga as dividas. Uma sede crescente... E uma auto-censura... por quanto mais tempo aguentarei?

1 comentário:

Aneri Maciel Pinto disse...

Li gostei, mas fiquei triste... o final não me parece promissor.

Amai-vos um ao outro,
mas não façais do amor um grilhão.

Que haja, antes, um mar ondulante
entre as praias de vossa alma.

Enchei a taça um do outro,
mas não bebais da mesma taça.

Dai do vosso pão um ao outro,
mas não comais do mesmo pedaço.

Cantai e dançai juntos,
e sede alegres,

mas deixai
cada um de vós estar sozinho.

Assim como as cordas da lira
são separadas e,
no entanto,
vibram na mesma harmonia.

Dai vosso coração,
mas não o confieis à guarda um do outro.

Pois somente a mão da Vida
pode conter vosso coração.

E vivei juntos,
mas não vos aconchegueis demasiadamente.

Pois as colunas do templo
erguem-se separadamente.

E o carvalho e o cipreste
não crescem à sombra um do outro.

Gibran Kahlil Gibran